Os filmes fotográficos antigos eram mesmo racistas?

Created with Sketch.

shirley

A Vox tem uma impressionante história sobre os filmes fotográficos antigos, que nos fazem pensar que os químicos criaram esse filmes para fotografar melhor as pessoas brancas.

De acordo com esse vídeo, a Kodak não começou a alterar a sua química de filmes, até que os fabricantes de móveis e de chocolates reclamassem que seus filmes não conseguiam representar a diferença entre a luz e os tons de marrom mais escuros, de uma forma efetiva. Em outras palavras, a faixa dinâmica da cor marrom, estava comprimida.

A história caiu na internet e houveram muitas reclamações e acusações de racismo, alegando até mesmo motivos políticos para que isso fosse corrigido.

O Documentário – Olhando para Shirley

Agora, se você deseja aprender mais a fundo sobre esse assunto, recomendo que você assista a esse vídeo...

shirley2Lorna Roth da Universidade Concórdia escreveu um documento em 2009 intitulado: “Olhando para Shirley, e a última norma: balanço de cor, tecnologias de imagem, igualdade cognitiva”. Esse texto referia-se aos cartões “Shirley” estilizados pela Kodak para calibrar os tons de pele. Em suas citações não são reveladas conotações racistas, mas definitivamente o caráter técnico da forma como a cor é balanceada e otimizada, é claramente tendenciosa para favorecer a pele caucasiana.

Saindo Bem na Fita

Saturday Night LiveDurante uma conversa com um engenheiro da NHK, (serviço nacional de televisão japonês) chamado Toru Hasegawa na cidade de Nova York disse: “A televisão Americana é discriminatória, porque é baseada contra as cores de pele japonesas.”

Ele disse depois que é comum que os japoneses não gostem de norte americanos trabalhando nas produções da televisão do Japão por sentirem-se desconfortáveis.

Outra parte da citação, relata que, de acordo com Jan Kasoff, na NBC ao calibrar as câmeras de televisão do programa Saturday Night Live, chegaram ao ponto em que o pessoal da gravação de vídeo sempre tinha uma “garota da cor” em frente às câmeras, que permanecia parada em quanto os técnicos focavam nela e ajustavam o balanceamento de cor de suas câmeras.

O Boicote de Jean Luc Godard

Jean Luc GodardOutro fato foi o diretor Jean Luc Godard “famoso por recusar os filmes da Kodak em suas fotografias em Moçambique porque ele declarou que esses filmes eram racistas.

O artista Adam Broomberg declarado estudante do racismo e da fotografia colorida disse: “Se você expor esse filme para uma criança branca, a criança negra sentada próximo a ela aparecerá invisível, exceto por seus olhos brancos e seus dentes.”

O Vermelho Profundo da Canon EOS 60D

Canon EOS 60D luaDo mesmo modo que as câmeras astronômicas como a Canon EOS 60D são utilizadas para capturar os vermelhos profundos, que são prevalentes na luz astral, na metade do século 20, o filme era utilizado pelos engenheiros brancos, em um escritório branco, para atender a uma classe média de americanos brancos. Desse modo, se você quer que as estrelas apareçam bonitas, otimize o filme para isso. Se você quer que as pessoas brancas apareçam bem, otimize o filme para isso. No caso da Kodak, eles inicialmente tenderam a ignorar os tons de pele das pessoas não brancas.

Depois de conhecer essa história, podemos entender o caráter subconsciente de raça, e das consequências para a sociedade, quando duas gerações de filmes fotográficos simplesmente fotografavam peles escuras, ainda mais escuras, ou nas palavras de Broomberg, invisíveis.

Mais um motivo para continuarmos gostando das câmeras DSLR, com balanceamento tonal automático. Seja você branco, amarelo, vermelho, marrom, azul, verde, sempre ficará bem na foto.

Volto depois, com mais sobre fotografia artística e curiosidades da fotografia.

Dica extra: Deixamos um link para o treinamento, onde você pode dominar as técnicas fotográficas profissionais que vão ajudar VOCÊ a fazer fotos incríveis ainda HOJE (mesmo fotografando pelo celular). Clique aqui para fazer fotos incríveis.
EU QUERO FAZER FOTOS INCRÍVEIS!

Tags: , , , , ,

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *